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Saudades de Yara Côrtes – Relembre a carreira da atriz

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Como Maroca em "A Viagem" e Olga em "História de Amor" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Como Maroca em “A Viagem” e Olga em “História de Amor” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Diariamente, nas tardes do Viva, temos o privilégio de assistir a saudosa atriz Yara Côrtes em dose dupla: como Dona Maroca, em “A Viagem”, e como a Vó Olga, em “História de Amor” – seus dois últimos trabalhos. Minha primeira lembrança de Yara é da novela “Marron-Glacé”, em 1979, em que viveu Madame Clô, proprietária do buffet da trama. Mas a atriz já havia entrado para a história das telenovelas antes, por sua interpretação em “Dona Xepa”, em 1977, novela que não tive a oportunidade de acompanhar.

Em "Dona Xepa" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Em “Dona Xepa” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Yara Côrtes nasceu Odete Cipriano Serpa, no Rio de Janeiro, em 22 de setembro de 1921. Antes de se tornar atriz profissional, passou por várias atividades, de enfermeira no Exército, durante a Segunda Guerra, a aeromoça e telefonista. Começou a atuar na Companhia de Teatro Dulcina, em 1948, quando adotou o nome artístico Yara Côrtes. Após várias peças e prêmios, a atriz estreou em televisão, em 1951, nos teleteatros da TV Tupi.

A primeira novela foi “Os Acorrentados”, de Janete Clair, na TV Record, em 1969. A estreia na Globo (de onde não se desligaria mais) foi em 1971, em “Minha Doce Namorada”, de Vicente Sesso. Seguiram-se “O Semideus”, também de Janete, em 1973; “O Rebu”, de Bráulio Pedroso, em 1974 (em que viveu a ricaça solitária Bubu); e “O Grito”, de Jorge Andrade, em 1975.

Com Renata Fronzi e Gracinda Freire em "O Semideus" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Renata Fronzi e Gracinda Freire em “O Semideus” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Em 1976, veio o primeiro trabalho de grande destaque: Carolina (na fase velha), uma das protagonistas de “O Casarão”, novela de Lauro César Muniz. A personagem jovem era defendida por Sandra Barsotti. Na história, Carolina abdicou de um grande amor por um casamento arranjado pela família. Na velhice, após a morte do marido, Atílio (Mário Lago), ela pôde finalmente juntar-se ao seu amor do passado, João Maciel (Paulo Gracindo). Inesquecível a cena do reencontro do casal, na Confeitaria Colombo (no Rio), em que ela chega atrasada e pergunta a João se o fez esperar muito, no que ele responde “40 anos!”, ao som da música “Fascinação“, com Elis Regina.

Com Ziembinski em "O Rebu" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Ziembinski em “O Rebu” (Foto: CEDOC/TV Globo)

O reconhecimento popular veio na novela seguinte, “Dona Xepa” (1977), um grande sucesso, adaptada por Gilberto Braga da peça de Pedro Bloch. Xepa era uma feirante simplória que sonhava com uma vida bem sucedida para os filhos, Edson (Reynaldo Gonzaga), que queria ser escritor, e Rosália (Nívea Maria), uma carreirista que renegava a mãe por ela ser pobre.

Em 1978, Yara foi a dona de casa Alice, mãe das desmioladas Betinha e Aninha (Lúcia Alves e Élida L´Astorina), em “Pecado Rasgado”, de Silvio de Abreu. Em 1979, outro papel marcante: Clotilde, a Madame Clô, de “Marron-Glacé”, de Cassiano Gabus Mendes, mulher rica e sofisticada, mas de origem humilde, simpática, justa e benevolente.

Com Mário Lago e Aracy Balabanian em "O Casarão" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Mário Lago e Aracy Balabanian em “O Casarão” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Entre 1980 e 1984, Yara participou do seriado “O Bem Amado”, continuação da novela de Dias Gomes (de 1973), substituindo Zilka Salaberry (que estava atuando no “Sítio do Picapau Amarelo”) no papel da delegada de Sucupira: Chica Bandeira chegava na cidade para assumir o cargo da antiga delegada, Donana Medrado (Zilka).

Yara Côrtes voltou às novelas em 1985, em “Ti-ti-ti”, de Cassiano Gabus Mendes, como Júlia, mãe do costureiro Jacques Leclair (Reginaldo Faria). No ano seguinte, viveu Joana Garcez, em “Roda de Fogo”, de Lauro César Muniz, proprietária de um bar, mãe da personagem de Eva Wilma. Na sequência, foi Dona Conchita, em “Mandala”, de Dias Gomes (escrita por Marcílio Moraes). Aqui, a atriz repetiu a parceria com Paulo Gracindo (de “O Casarão”  e “O Bem Amado“): Conchita era a enfermeira que tomava conta do esclerosado Vovô Pepê (Gracindo), o que rendeu boas cenas de humor.

Como a Delegada Chica Bandeira em "O Bem Amado" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Como a Delegada Chica Bandeira em “O Bem Amado” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Além de participações nas minisséries “Tenda dos Milagres” (1985), “O Pagador de Promessas” (1988) e “A Madona de Cedro” (1994), Yara Côrtes foi vista também nas novelas “Pacto de Sangue” (1989), “Top Model” (1990), e “Mico Preto” (1990) – nesta última, como Dona Cristina, a supermãe do protagonista vivido por Luiz Gustavo. Em “Felicidade” (1991-1992), de Manoel Carlos, a atriz interpretou Dona Filó, moradora da pacata cidadezinha de Vila Feliz, mãe de Zé Diogo (Marcos Winter).

Com Reginaldo Faria em "Ti-ti-ti" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Reginaldo Faria em “Ti-ti-ti” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Os dois últimos trabalhos de Yara Côrtes vieram na sequência. Em “A Viagem” (1994), de Ivani Ribeiro, a atriz viveu Dona Maroca, a simpática matriarca da família Toledo, mãe de Diná (Christiane Torloni), Estela (Lucinha Lins), Raul (Miguel Falabella) e Alexandre (Guilherme Fontes). Yara encerrou a carreira de forma magistral, interpretando a sábia Vó Olga em “História de Amor” (1995-1996), de Manoel Carlos, outro trabalho inesquecível.

Com Paulo Gracindo em "Mandala" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Paulo Gracindo em “Mandala” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Dona de um carisma singular, voz possante, olhar penetrante, mas um jeitão doce de vó, Yara Côrtes marcou a história da televisão brasileira com suas personagens. A atriz nos deixou no dia 17 de outubro de 2002, aos 81 anos, vítima de insuficiência respiratória causada por um câncer no pulmão. E deixou também muitas saudades.

COMENTE: Quais as personagens de Yara Côrtes que você mais curtiu?


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